Entenda o que é a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)

A Esclerose Lateral Amiotrófica, conhecida pela sigla ELA, é uma doença degenerativa e progressiva do sistema nervoso, que causa paralisia motora irreversível, ou seja: com o passar do tempo, a pessoa afetada vai perdendo a capacidade de se movimentar, levando à incapacidade e até mesmo a morte precoce em virtude da doença.

Em estágios avançados, a Esclerose Lateral Amiotrófica pode dificultar a fala e até mesmo a respiração do paciente. A doença é considerada rara, afetando entre uma e duas pessoas a cada grupo de 100 mil. 

Entre as pessoas notórias que sofreram com essa enfermidade estão o físico britânico Stephen Hawking, falecido em 2018, e o jogador de futebol Washington, ídolo do Fluminense da década de 80 que morreu em 2014.

Entenda agora a respeito!

O que significa Esclerose Lateral Amiotrófica?

O nome dessa doença se apresenta como uma explicação completa da sua natureza:

  • Esclerose – significa endurecimento, enrijecimento;
  • Lateral – se refere ao endurecimento da parte lateral da espinha;
  • Amiotrófica – se refere à atrofia muscular causada pela patologia.

Como a ciência explica a Esclerose Lateral Amiotrófica?

Apesar de todo o avanço científico atual, ainda não é possível determinar uma causa precisa para o surgimento da ELA. O que se sabe é que a doença está relacionada à degeneração em neurônios superiores do cérebro responsáveis pela habilidade motora e também por neurônios da medula espinhal.

Ambos os neurônios são células altamente especializadas e que, ao perderem a função, deixam de ter a capacidade de enviar e receber os estímulos nervosos relacionados aos movimentos. É nesse momento que a doença começa.

Existem causas ou fatores de risco para o desenvolvimento da Esclerose Lateral Amiotrófica?

Apesar de não ser possível indicar uma causa específica que desencadeie o processo de desenvolvimento da Esclerose Lateral Amiotrófica, entende-se que cerca de 10% dos casos estão relacionados a fatores genéticos.

Alguns estudos também apontam que um desequilíbrio químico no cérebro, que provoca um aumento no nível de uma substância chamada glutamato, também pode estar relacionado com o desenvolvimento da doença.

De acordo com essa hipótese, a alta presença de glutamato pode favorecer o desenvolvimento da ELA em pessoas predispostas, porém, a ciência ainda não conseguiu dar uma resposta definitiva para essa questão.

O que se sabe é que as doenças autoimunes podem favorecer o surgimento da Esclerose Lateral Amiotrófica em pessoas predispostas. As estatísticas demonstram ainda que a doença atinge mais os homens que as mulheres, em idades entre 55 e 75 anos.

Quais os sinais e sintomas da Esclerose Lateral Amiotrófica?

A principal característica da ELA é a perda de força muscular, o que leva a sintomas como:

  • Perda da força, manifestada através da dificuldade de realizar tarefas como carregar objetos, subir escadas, levantar-se ou caminhar;
  • Engasgos rotineiros durante a alimentação;
  • Surgimento de gagueira e dificuldade em manter a cabeça erguida;
  • Contrações musculares e cãibras;
  • Alteração da voz, rouquidão, fala arrastada e com dicção ruim;
  • Emagrecimento;
  • Dificuldades para engolir, o que pode fazer com que o paciente comece a babar.

No entanto, é importante destacar que o surgimento de um ou de alguns sintomas isoladamente não se caracterizam como um episódio de Esclerose Lateral Amiotrófica.

Existe cura para a Esclerose Lateral Amiotrófica?

A ELA é uma doença que não tem cura. A partir do momento em que o processo da doença se instala, ele se configura como algo degenerativo, ou seja, que causa a perda de uma ou mais funções, e progressivo, que piora à medida que o tempo passa, de forma irreversível.

Em geral, o paciente vem a óbito entre 3 a 5 anos após a descoberta da doença. No entanto, aproximadamente 25% deles conseguem ultrapassar essa barreira.

Da mesma forma que não existe cura, também não existe uma maneira de prevenir o surgimento da doença.

Existe algum tipo de tratamento para a Esclerose Lateral Amiotrófica?

Como citado anteriormente, a ELA não tem cura, porém, os tratamentos visam oferecer mais qualidade de vida para os pacientes.

Esse tratamento é multidisciplinar, envolvendo médicos, nutricionistas, fisioterapeutas e fonoaudiólogos, entre outros especialistas da área de saúde, com o objetivo de prolongar ao máximo as funções do organismo do paciente, mantendo, dentro do possível, sua autonomia e qualidade de vida.

Da mesma forma que aos pacientes, aos familiares mais próximos, diretamente envolvidos no cuidado com a pessoa afetada pela ELA, recomenda-se o acompanhamento psicológico, para lidar com as flutuações de humor e os desafios impostos pela Esclerose Lateral Amiotrófica.

O que o SUS e os planos de saúde oferecem no tratamento para a Esclerose Lateral Amiotrófica?

O SUS fornece apoio terapêutico aos pacientes com ELA através do Riluzol, medicamento fornecido pelo sistema público de saúde para contornar os efeitos da Esclerose Lateral Amiotrófica.

Para ter acesso a esse medicamento, o paciente deve se encaminhar até a farmácia de alto custo vinculada no seu estado ou região, portando seus documentos e o laudo médico que confirma o diagnóstico de Esclerose Lateral Amiotrófica.

Desde 2014, os pacientes com ELA são, na teoria, amparados pela Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras, que inclui a Esclerose Lateral Amiotrófica. Essa diretriz prevê um cuidado multidisciplinar ao paciente com ELA, através de intervenções como suporte respiratório, nutricional, de comunicação e medicamentoso, entre outros.

No entanto, muitos pacientes enfrentam dificuldades para acessar todos esses serviços através do SUS, por conta dos gargalos e limitações do sistema, que resultam em demora na obtenção dos direitos.

Em casos como esses, orienta-se que o paciente busque apoio especializado junto a advogados especialistas em direito à saúde.

Da mesma forma, os planos de saúde devem cobrir todo o suporte que o paciente com Esclerose Lateral Amiotrófica necessita, incluindo o home care, que é essencial em casos avançados.

Em caso de recusa por parte da empresa na cessão de qualquer direito do paciente, recomenda-se a solicitação de uma declaração por escrito junto ao plano de saúde com a justificativa da negativa.

A partir daí, também com o apoio de advogados especializados, o paciente e sua família podem ingressar com ações judiciais para garantir os direitos assegurados pelo Código de Defesa do Consumidor.

Compartilhar esta matéria

Share on whatsapp
Share on facebook
Share on telegram
Share on linkedin
Share on email