Esclerose múltipla: como a atividade física pode ajudar no tratamento

A esclerose múltipla (EM) é uma doença que impõe uma série de desafios às pessoas acometidas. Por ser uma doença de natureza progressiva, seus sintomas vão se tornando mais severos à medida que o tempo passa. No entanto, alguns recursos podem retardar o efeito da doença, como o uso de determinados medicamentos e a prática de atividades físicas.

A realização de exercícios físicos regulares, por parte do paciente, proporciona uma melhoria na autonomia e na qualidade de vida.

Os benefícios se estendem por diversas dimensões da vida do paciente, como veremos a seguir.

Melhor controle da bexiga

Por conta da natureza da esclerose múltipla – uma doença que agride o sistema nervoso, prejudicando a comunicação entre os neurônios, a médio e longo prazo o paciente pode desenvolver incontinência urinária, ou seja, a perda da capacidade de controlar a urina.

Isso é um fator que pode causar uma grande limitação ao paciente e também o estigma. A boa notícia é que os exercícios físicos podem ajudar a fortalecer a musculatura, melhorando o controle sobre o esfíncter urinário.

Aumento da saúde músculo-esquelética

Pessoas com esclerose múltipla podem ser mais propensas a desenvolver a osteoporose, uma doença que fragiliza os ossos, deixando-os mais vulneráveis a fraturas.

Isso acontece porque os corticoides, classe de medicamentos utilizada para controlar as crises aguda de EM, podem reduzir a concentração de cálcio no organismo, fragilizando os ossos.

Os exercícios físicos, naturalmente, ajudam a fortalecer os ossos. Além disso, o fortalecimento dos músculos também tem um efeito protetor para as articulações e para a realização de atividades como caminhar e levantar-se de uma cadeira, momento em que, normalmente, acontecem as quedas.

Manutenção do peso corporal

Pacientes com esclerose múltipla, quando muito restritos e sem a prática de atividades físicas, podem apresentar ganho de peso, um fator a mais para o disparo de gatilhos de comorbidades. O uso dos corticoides também pode contribuir para esse cenário.

A prática de exercícios ajuda a prevenir o aumento de peso, o que tem efeito protetor para a pressão arterial e diversos outros mecanismos fisiológicos importantes.

Melhoria do humor

A ciência já comprovou que colocar o corpo em movimento promove a liberação de substâncias relacionadas ao bem estar e à felicidade. Pacientes com esclerose múltipla se beneficiam desse mecanismo da mesma forma.

A prática de atividades físicas, especialmente no período inicial da doença, pode fazer com que os surtos não deixem qualquer sequela. Além disso, um estudo da universidade dinamarquesa de Aarhus de 2017 demonstrou que atividades como a musculação tem ação neuroprotetora em pacientes com EM.

Tenho esclerose múltipla, quais são os cuidados ao iniciar uma atividade física?

O ideal é que, primeiramente, o médico avalie o estado geral de saúde do paciente e o estadiamento da esclerose múltipla. A partir daí, ele vai indicar que tipo de exercício o paciente deve iniciar.

É preciso ter atenção à intensidade do exercício, que deve ser adequada à capacidade do paciente para não provocar qualquer sobrecarga ou fadiga excessiva.

O ideal é que esses exercícios sejam realizados sob supervisão de um profissional capacitado, como um educador físico. Em alguns casos, um fisioterapeuta também pode ajudar.

O que é a esclerose múltipla?

A esclerose múltipla (EM) é uma doença neurológica autoimune e de caráter progressivo, ou seja, se não tratada, provoca sintomas mais severos ao longo do tempo. Essa enfermidade se caracteriza por processos inflamatórios e degenerativos que prejudicam a comunicação entre os neurônios. A doença não tem cura, mas o tratamento pode ajudar a controlar os sintomas.

Quais são as causas da esclerose múltipla?

Hoje em dia, acredita-se que a esclerose múltipla é causada por uma conjunção de fatores. No campo da imunidade, sabe-se que as células de defesa podem entender o sistema nervoso como um inimigo, e começar a atacar a bainha de mielina, desencadeando a doença.

Fatores genéticos também interferem na predisposição do indivíduo para manifestar essa patologia. Infecções por alguns microrganismos, como o vírus Epstein-Barr podem estar associadas ao desenvolvimento da esclerose múltipla, assim como a obesidade, o tabagismo e a falta de vitamina D no corpo.

Quais são os sintomas?

Entre os sintomas da esclerose múltipla estão: fraqueza de membros, desequilíbrio ao andar, dormência, formigamentos, incontinência urinária, vertigem e problemas na visão.

Em um primeiro momento, a esclerose múltipla é caracterizada como uma doença que acontece em surtos, ou seja, o paciente tem uma crise aguda, com piora do seu quadro neurológico, seguido de uma melhora. Em cerca de 10 anos, no entanto, esse quadro passa a ser progressivo, ou seja, os pacientes não mais se recuperam totalmente dos surtos.

Dentro de todo esse contexto, a prática de atividades físicas bem recomendadas pelo médico e corretamente orientadas por um profissional capacitado apresenta inúmeras vantagens para os pacientes com esclerose múltipla, sendo um elemento primordial no controle da doença e contenção da sua progressão.

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