Dúvidas e respostas sobre a prótese de quadril

O quadril é uma das maiores articulações do corpo humano e, ao longo da vida de uma pessoa, uma das mais importantes. Ela suporta uma grande quantidade de carga, auxilia no equilíbrio e permite movimentos sem os quais os seres humanos não poderiam se locomover da forma que conhecemos.

No entanto, há diversas doenças que podem interferir na saúde do quadril, causando dores, que podem ir de leves a intensas, chegando até mesmo a impedir a realização de movimentos e prejudicando muito a mobilidade e a qualidade de vida do indivíduo.

Em casos como esse, a medicina oferece como alternativa a prótese de quadril. Este artigo vai responder as principais dúvidas sobre esse assunto.

O que é o quadril?

O quadril é uma das articulações mais importantes do corpo humano, formada pela cabeça do fêmur e pelo acetábulo, a cavidade da bacia onde o fêmur se encaixa.

Essa área do corpo cumpre muitas funções, como auxiliar na sustentação e locomoção, proteger os órgãos internos e permitir uma grande amplitude de movimentos. O quadril, no entanto, está suscetível a diversas doenças que podem trazer dor e reduzir a capacidade de movimento.

Quais as doenças que atacam o quadril?

Muitas doenças podem desgastar essa articulação como a artrite reumatoide, a artrose, a displasia do quadril ou a espondilite anquilosante.

A maior parte dessas doenças surgem e progridem com o avanço do tempo, sendo mais comuns em pessoas a partir dos 50 anos de idade.

Fraturas em ossos como o fêmur ou a bacia também podem favorecer o desgaste do quadril.

Quais os sintomas de problemas no quadril?

O principal sinal de alguma desordem no quadril é a dor, que normalmente é persistente e pode se manifestar mesmo quando a pessoa está em repouso.

Essa dor, no entanto, pode se manifestar em determinados momentos, o que ajuda a direcionar a hipótese de um problema no quadril:

  • Dor ao se agachar para pegar algo no chão ou calçar sapatos;
  • Dor na virilha;
  • Dor e dificuldade para se levantar de assentos baixos;
  • Dor e dificuldade para entrar e sair de um carro ou subir e descer escadas;
  • Sensação de quadril travado e barulhos de estalos na articulação;
  • Dificuldade para caminhar.

O que é uma prótese de quadril?

A prótese de quadril é uma peça que pode ser de metal, polietileno ou cerâmica e que imita o formato anatômico do quadril, para substituí-lo quando sua estrutura se encontra com algo grau de desgaste.

Quando a prótese de quadril é indicada?

A cirurgia para colocação de uma prótese de quadril é indicada quando há um grande desgaste nessa articulação, causando intensa dor e comprometendo a capacidade de movimentação e locomoção do paciente, reduzindo substancialmente sua qualidade de vida.

Artrose, artrite reumatoide e espondilite anquilosante são as doenças que normalmente causam esse tipo de desgaste, comumente em pacientes da terceira idade. No entanto, pacientes jovens que sofrem fraturas em ossos como o fêmur também podem ser elegíveis a esse tipo de procedimento.

Existe mais de um tipo de prótese de quadril?

Sim, existem diferentes tipos de prótese de quadril, para diferentes estágios do desgaste ósseo. As próteses podem ser totais (quando substituem toda a estrutura do quadril), parciais (quando substituem apenas a cabeça do fêmur) ou resurfacing (quando apenas envolvem a cabeça do fêmur com uma camada de metal.

Esse último tipo é indicado para pacientes com uma boa qualidade óssea, pois mantém uma maior proporção do osso original.

Como é feita a cirurgia para o implante de prótese de quadril?

A cirurgia para colocação de prótese de quadril é feita no centro cirúrgico, sob anestesia geral. O médico realiza uma incisão na coxa do paciente, por onde ele retira as partes desgastadas da articulação.

Depois disso, ele fez o implante da prótese, de acordo com as necessidades do paciente. Durante a cirurgia, o médico tem à disposição, diversas próteses, de tamanhos variados, para implantar aquela que mais se aproxime à anatomia original da pessoa submetida à cirurgia.

O tempo de cirurgia é de cerca de 2h30 e o período de internação é de 3 a 5 dias. No pós-operatório, o paciente deve seguir estritamente as orientações médicas. Como em toda a cirurgia, o implante de prótese de quadril tem riscos e pode gerar complicações.

A prótese, depois de instalada, também pode sofrer desgaste?

A prótese entra no corpo do paciente para realizar as funções do quadril, ou seja: ela também sofrerá todas as cargas e esforços que essa articulação suporta usualmente.

As próteses são concebidas para durar anos, mas uma alta carga de impactos podem limitar essa durabilidade. Portanto, após a implantação desse recurso, orienta-se que o paciente realize atividades físicas de baixo impacto, como caminhada ou natação.

Os planos de saúde podem se recusar a realizar o implante de prótese de quadril?

Existindo indicação médica para a realização do implante de quadril, os planos de saúde não podem se recusar a realizar o procedimento. A recusa, quando já superado o período de carência para cirurgias, é considerada uma prática abusiva.

A Lei dos Planos de Saúde garante que as seguradoras são obrigadas a cobrir os casos de próteses e todos os acessórios necessários ao ato cirúrgico. Além disso, a lei garante a cobertura para todos os tratamentos de doenças referenciadas na Classificação Internacional de Doenças (CID).

Portanto, se o paciente se deparar com recusas do plano de saúde na cobertura do implante de prótese de quadril, orienta-se que busque apoio jurídico especializado em direito à saúde.

Assim, os profissionais do Direito poderão orientar o paciente e protocolar, na Justiça, medidas que garantam a realização da cirurgia conforme determina a legislação.

Pré-eclâmpsia: o que é, qual o tratamento e como conseguir pelo SUS?

Durante a gravidez, o corpo da gestante é o abrigo para o começo da vida de outro ser humano, com um código genético diferente do dela, pois possui 50% dos genes do pai. Para evitar que o organismo rejeite a criança, a mulher desenvolve alguns mecanismos imunológicos para proteger o feto.

Em alguns casos, no entanto, esses mecanismos de defesa do feto não funcionam bem e o corpo da mãe reconhece o bebê como um agente estranho. Esse pode ser o começo da pré-eclâmpsia, uma condição potencialmente grave durante a gestação, que deve ser acompanhada atentamente por uma equipe médica e requer cuidados por parte da mãe.

Neste artigo, você vai entender o que é a pré-eclâmpsia, como é feito o tratamento e como consegui-lo pelo SUS.

O que é a pré-eclâmpsia?

A palavra “eclâmpsia” tem origem no idioma grego e quer dizer raio ou relâmpago. Ela é utilizada para descrever uma doença que pode provocar uma elevação rápida da pressão arterial da mulher durante a gravidez, e que necessita de um cuidado médico imediato, pois pode comprometer a saúde tanto da mãe como do bebê.

A pré-eclâmpsia é caracterizada pelo aumento da pressão arterial da gestante e pode acontecer com qualquer mulher a partir da 20ª semana de gravidez. Isso acontece quando, por alguma falha no mecanismo de proteção, o feto libera algumas proteínas na corrente sanguínea da mãe, ativando uma resposta imunológica do organismo materno que pode levar a um aumento da pressão arterial.

A pré-eclâmpsia pode evoluir para eclâmpsia, uma condição grave, em que a gestante pode sofrer com desmaios, perda de consciência e convulsões. Quando não tratada rapidamente, a eclâmpsia traz risco de morte para a gestante e para o bebê.

Quais os sintomas da pré-eclâmpsia?

Os sintomas mais comuns da pré-eclâmpsia são dores de cabeça, pressão alta, ganho excessivo de peso e também perda de proteína na urina (identificável através de um exame de urina específico) e inchaço.

Os familiares também devem observar se a gestante se queixar, por exemplo, que um anel que ela usa não está mais cabendo no dedo, o que é um sinal de inchaço. Também é importante ficar atento a quadros de confusão mental, náuseas e vômitos.

Quais os riscos da pré-eclâmpsia?

Além do risco de agravamento do quadro e evolução para a eclâmpsia, com a mãe tendo risco de sofrer convulsões, a pré-eclâmpsia pode causar:

  • Descolamento da placenta;
  • Danos a órgãos da mãe, como os rins, cérebro, coração e pulmão;
  • Aumento dos riscos de um parto prematuro e complicações pós nascimento.

Como conseguir tratamento de pré-eclâmpsia pelo SUS?

No Brasil, recomenda-se que todas as mulheres façam o acompanhamento pré-natal imediatamente após descobrirem ou desconfiarem que estão grávidas.

Esse acompanhamento consiste em uma série de consultas e exames médicos que visam assegurar a saúde da mãe e do bebê ao longo do período da gravidez. Entre esses cuidados, está a identificação de risco de pré-eclâmpsia ou eclâmpsia.

Para conseguir esse atendimento, assim que desconfiar ou confirmar que está grávida, a gestante deve se encaminhar até a unidade de atenção básica mais próxima de sua casa, portando um documento de identificação e o cartão do SUS, para iniciar seu pré-natal.

O acompanhamento pré-natal é mensal até a 28ª semana de gestação, quinzenal entre a 28ª e a 36ª e, a partir daí, semanal. Além do acompanhamento na unidade de saúde, a grávida também pode receber visitas domiciliares da equipe de saúde da família.

O que fazer caso a pressão arterial da gestante suba repentinamente?

A pressão alta gestacional pode ser ou não sintomática. Em casos de sintomas como dores de cabeça, confusão, desmaios ou convulsão, a paciente deve ser levada a um pronto-socorro imediatamente.

Como alguns casos podem ser assintomáticos, a gestante pode adotar o hábito de aferir a própria pressão, ou contar com ajuda de algum familiar para a realização dessa tarefa, diariamente.

A pressão arterial é considerada alta quando está acima de 14 por 9 (140mmHg x 90mmHg). Se, ao medir, o índice estiver igual ou superior a esse, também recomenda-se que a grávida procure um serviço de atendimento médico.

Como é o tratamento da pré-eclâmpsia?

A forma mais eficaz de evitar a pré-eclâmpsia e a evolução do quadro para uma eclâmpsia é a realização do acompanhamento pré-natal de forma criteriosa por parte da mãe, obedecendo as recomendações médicas.

Para pacientes com pré-eclâmpsia já diagnosticada, normalmente os médicos orientam repouso, aferição frequente da pressão arterial e alimentação sem sal.

A paciente já identificada como pré-eclâmpsia deve observar continuamente a sua pressão arterial. Os familiares devem estar atentos aos sintomas já citados, como inchaço excessivo, dor de cabeça ou confusão, que podem indicar uma piora repentina do quadro.

Em casos assim, a gestante deve ser imediatamente levada para atendimento médico.

Remédios para controlar a pressão arterial também costumam ser utilizados, assim como os anticonvulsivantes, se for o caso. Cada paciente deve seguir as recomendações de seu médico.

No entanto, se nenhuma outra alternativa conseguir controlar a pressão da gestante, os médicos podem considerar a antecipação do parto. Normalmente, a doença regride espontaneamente após a eliminação da placenta.

Todas essas são informações de grande utilidade para gestantes, seus companheiros e companheiras e demais familiares que integram a rede de apoio de uma mulher grávida. Faça essas informações circularem e compartilhe!

Como conseguir o medicamento Prolia gratuitamente

A osteoporose é uma doença que reduz a densidade dos ossos, ou seja, afeta sua rigidez e capacidade de sustentar o corpo ou de aguentar impactos. A consequência disso, é o risco aumentado de fraturas, o que é uma preocupação no Brasil, país que vivencia um processo de envelhecimento da sua população.

Além de ser mais comum em pessoas idosas, a osteoporose também pode aparecer em função de alterações causadas por alguns tipos de cânceres, como o de próstata. No entanto, mulheres são mais afetadas pela doença, principalmente na fase após a menopausa.

Para o tratamento da osteoporose, um medicamento chamado Prolia obteve bons resultados nos estudos clínicos e é uma boa opção para controle da osteoporose. No entanto, frequentemente, a cobertura desse remédio é negada pelos planos de saúde.

Neste artigo você vai entender o que fazer em casos como esse e como garantir seu direito a receber o Prolia para tratar a osteoporose!

O plano de saúde pode se recusar a cobrir o Prolia?

O Prolia, cujo princípio-ativo é uma substância chamada denosumabe, é um medicamento que possui registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Isso significa que esse remédio já passou pela fase de estudos desse órgão e recebeu sinal verde para ser utilizado no Brasil, pois ficaram comprovadas sua eficácia e segurança.

Mesmo assim, pacientes que precisam fazer uso desse medicamento, frequentemente, têm seu pedido negado pelos planos de saúde, que alegam que o Prolia não consta no rol de procedimentos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

O rol de procedimentos é uma lista de tratamentos divulgada pela ANS, que lista procedimentos e medicamentos que devem ser disponibilizados para os pacientes pelas seguradoras de saúde. No entanto, a legislação vigente no Brasil determina que outros procedimentos, mesmo que não constem no rol, devem ser oferecidos aos clientes, desde que tenham registro na Anvisa, como é o caso do Prolia.

Portanto, a negativa em oferecer esse medicamento aos pacientes é ilegal. E isso se aplica até mesmo para indicações off label, quando o médico prescreve um medicamento para uma finalidade diferente da prevista em bula. O entendimento legal é de que o médico tem todas as prerrogativas para indicar soluções que podem melhorar a qualidade de vida ou mesmo salvar o paciente.

O que fazer se o plano de saúde se negar a cobrir o Prolia?

Como vimos anteriormente, as negativas na cobertura do Prolia para pacientes que têm indicação médica para uso desse remédio são abusivas e ilegais. Portanto, o paciente pode entrar com uma ação judicial contra o plano de saúde em casos como esse.

Para isso, é indicada a contratação de advogados especializados em direito à saúde, pois com a expertise nesse tipo de atendimento, os profissionais podem conduzir as ações com maior assertividade e agilidade.

Porém, antes de representar judicialmente, o paciente precisa cumprir dois importantes passos.

O primeiro deles é solicitar ao plano de saúde uma declaração com a justificativa para a negativa do Prolia, por escrito. O plano de saúde é obrigado a apresentar esse documento, portanto, o paciente não deve aceitar qualquer tipo de manobra para postergar a cessão dessa declaração.

Além disso, é importante também anexar ao processo o laudo médico com a prescrição do Prolia por parte do médico. Preferencialmente, o laudo deve ser bem detalhado e explicar as vantagens do Prolia para o tratamento, explicando que o medicamento promove benefícios que não são igualados por outros remédios.

Em casos de urgência no uso do medicamento, os advogados podem solicitar uma liminar à Justiça. Em casos como esse, o juiz pode avaliar o caso em até 48 horas, determinando a cobertura do Prolia pelo plano de saúde.

Como conseguir o Prolia pelo SUS?

O Prolia é um medicamento com custo elevado. Uma caixa contendo uma unidade de solução injetável pode custar perto de R$ 1.000,00. Portanto, esse é um medicamento que deve ser solicitado à farmácia de alto custo do seu estado ou região.

No entanto, pode acontecer de o medicamento estar em falta ou mesmo que o SUS negue o pedido. Nesse caso, o paciente deve anotar todos os números de protocolo dos atendimentos e reunir documentos que comprovem a impossibilidade de arcar com os custos do remédio. O contracheque ou qualquer outro documento que comprove a renda são válidos.

Com os números de protocolo, a negativa do SUS e a comprovação de renda insuficiente, um advogado pode entrar com uma ação judicial exigindo o cumprimento dos direitos do cidadão que recorre ao SUS.

Esse tipo de causa pode ser considerada ganha?

Não se deve considerar uma causa como ganha antes do encerramento do processo, pois cada caso tem particularidades específicas. Por isso, recomenda-se que o paciente converse com um advogado especializado

A boa notícia é que há notícias favoráveis em casos como esse, o que sinaliza uma tendência nos entendimentos dos juízes.

Porque o Prolia é indicado para casos de osteoporose?

O Prolia contém o denosumabe, uma proteína monoclonal que atua no organismo fortalecendo os ossos, tornando-os menos vulneráveis a quebras e fraturas.

É possível prevenir a osteoporose?

A prevenção da osteoporose não deve se iniciar no momento do diagnóstico, mas sim ao longo da vida, pois o tecido ósseo se renova continuamente e é importante construir uma boa massa óssea antes de chegar à terceira idade.

Entre as medidas que ajudam a formar essa massa óssea estão a ingestão adequada de cálcio, nutriente encontrado no leite, nas carnes e em vegetais de coloração verde escuro.

Tomar sol diariamente, nos horários de menor incidência da radiação ultravioleta também é importante, pois ajuda a fixar a vitamina D. A prática regular de exercícios fixos também é benéfica para a saúde dos ossos.

Lúpus: quais os direitos do paciente e desafios na obtenção do tratamento gratuito?

O lúpus é uma doença autoimune que se apresenta em duas formas: o lúpus cutâneo ou discóide afeta apenas as células da pele. Porém, a doença também pode atingir qualquer tecido ou sistema, situação em que é chamado de lúpus eritematoso sistêmico (LES).

O lúpus é uma doença que pode impor consideráveis restrições à vida do paciente acometido. A doença pode causar manchas e feridas na pele, febre, dores nas articulações, problemas vasculares, pulmonares e até mesmo no sistema nervoso.

Por isso, é importante que os pacientes conheçam seus direitos e eventuais dificuldades que podem enfrentar no tratamento, tanto pelo SUS, como pelos planos de saúde.

Quais os direitos dos pacientes com lúpus frente aos planos de saúde?

Pela sua característica multidisciplinar, o lúpus eritematoso sistêmico pode afetar o organismo do paciente de diversas formas, necessitando, portanto, de um acompanhamento global, com diversas especialidades médicas.

Os planos de saúde não podem recusar a cobertura de consultas, exames e procedimentos que visam observar a evolução da doença e controlar as crises lúpicas. Vale lembrar que o entendimento da Justiça Brasileira é de que a relação entre as seguradoras e os cliente é regida pelo Código de Defesa do Consumidor, que prevê que os contratos devem ser interpretados de forma predominantemente benéfica aos consumidores.

Quais os desafios enfrentados pelos pacientes com lúpus?

Frequentemente, alguns dos maiores problemas vividos pelos pacientes com lúpus é a negativa dos planos de saúde em cobrir o uso de medicamentos considerados mais avançados ou de última geração para o controle da doença.

São medicamentos como o rituximabe e o belimumabe, cujas caixas podem ultrapassar o custo de R$ 10 mil, se tornando inviáveis para a maior parte das famílias. A mesma dificuldade também acontece para quem tenta o tratamento para o lúpus através do SUS.

Os planos de saúde podem se recusar a oferecer medicamentos para o lúpus?

Essa é uma discussão ampla, pois o lúpus é uma doença que pode ser abordada com diversos tipos de tratamentos. A doença varia na intensidade e nos órgãos e sistemas do corpo que são acometidos, portanto, cada paciente tem uma história única.

Porém, no geral, medicamentos da classe dos corticóides são prescritos nas fases mais agudas da doença. O problema na obtenção de remédios costuma se acentuar quando a doença passa a exigir o uso de imunossupressores, que reduzem as atividades do sistema imune, para que ele pare de atacar as células saudáveis.

Medicamentos com estudos mais recentes, como o rituximabe e o belimumabe, apesar de aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), não constam no rol de procedimentos da Agência Nacional de Saúde de Suplementar (ANS) para o tratamento do lúpus e isso tem sido usado pelos planos de saúde como justificativa para negativa de tratamento.

O que fazer se o plano de saúde se recusar a cobrir medicamentos para o lúpus?

Ao receber a recusa do plano de saúde para a cobertura do tratamento de lúpus com imunossupressores como o rituximabe ou o belimumabe, o paciente deve solicitar uma declaração por escrito do plano de saúde, com a justificativa para a recusa.

É essencial que, com esse documento em mãos, o paciente procure apoio jurídico especializado, para garantir que seus direitos sejam cumpridos. Um advogado pode ingressar com ações judiciais e até com o pedido de liminar (uma solicitação urgente enviada ao juiz) para reverter a decisão.

Nessa altura, o paciente se encontra diante de uma discussão jurídica um pouco mais complexa. No caso do rituximabe, além de não constar no rol da ANS, a bula do remédio aprovada pela Anvisa não indica a substância para o tratamento do lúpus.

No entanto, muitos médicos entendem que esse medicamento pode trazer melhora para condições relacionadas ao lúpus e fazem o que se chama de indicação off-label: a prescrição de um medicamento para fins diferentes dos indicados em bula.

Dessa forma, os planos de saúde reforçam os argumentos para negar a cessão deste medicamento. No entanto, a Justiça Brasileira, em muitos casos, tem entendido que essa é uma medida abusiva da parte dos planos de saúde, pois vale lembrar que existe uma lei que determina que os planos de saúde não devem oferecer apenas os tratamentos citados no rol da ANS.

Além disso, muitas decisões do Superior Tribunal de Justiça (STJ) se baseiam na tese de que, quem tem as prerrogativas para avaliar a situação e as opções terapêuticas para os pacientes são os médicos, cabendo aos planos de saúde cumprir o que está determinado nos laudos emitidos por esses profissionais.

Isso reforça a importância de buscar apoio jurídico especializado para fazer valer os seus direitos.

O que fazer se não conseguir remédios para o lúpus pelo SUS?

Imunossupressores como o rituximabe e o belimumabe são medicamentos de alto custo, portanto, o pedido para esses medicamentos no Sistema Único de Saúde deve ser encaminhado à farmácia de alto custo do seu estado ou região.

É muito importante que, ao encaminhar esse pedido e ao longo do processo, o paciente anote todos os números de protocolo, para poder rastrear a sua demanda.

Caso haja negativa do SUS na cessão de qualquer medicamento, o cidadão pode registrar reclamações na esfera administrativa, junto às secretarias de saúde de seu município e estado. Ele também pode registrar o problema no Disque-Saúde do Governo Federal, através do telefone 136, ou pelo aplicativo Meu SUS Digital.

No entanto, o procedimento pela via administrativa pode ser demorado e, enquanto o paciente fica sem tratamento, seu quadro de saúde pode se agravar. Por isso, também é recomendado submeter os casos envolvendo o SUS a um advogado especializado, para que a melhor alternativa seja encontrada e concretizada.

Curatela e planos de saúde: estratégias legais para garantir assistência

O cuidado de uma pessoa maior de idade e incapaz exige atenção jurídica para proteger e resguardar o patrimônio do indivíduo incapacitado. É para esses fins que existe a curatela, um instituto legal para assegurar os direitos de qualquer pessoa que não possa manifestar sua vontade, seja por doença mental, dependência química ou outras causas incapacitantes.

Para muitas pessoas que são nomeadas curadoras – aquelas que assumem o cuidado jurídico de um indivíduo incapaz, chamado juridicamente de curatelado – faz sentido incluir a pessoa que recebe cuidados no seu plano de saúde.

No entanto, não são raros os casos em que as operadoras se recusam a efetivar a inclusão, deixando os curatelados – que normalmente estão em situação de incapacidade por questões de saúde – sem assistência médica.

Por isso, neste artigo, você vai conhecer estratégias legais para garantir assistência médica a pessoas consideradas incapazes.

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Por que os planos de saúde se recusam a incluir curatelados?

Em muitos casos, quando a pessoa que está no papel de cuidadora solicita a inclusão de um curatelado aos planos de saúde, o argumento das empresas para a recusa é o de que, em contrato, está celebrado que a inclusão é possível apenas para filhos, cônjuges e tutelados, não sendo extensiva à curatela.

No entanto, é preciso que os segurados fiquem atentos a entendimentos legais e precedentes abertos por outras decisões judiciais, para poderem argumentar de forma assertiva com as empresas.

Em muitos casos, a Justiça sentencia as empresas de plano de saúde a realizar a inclusão da pessoa curatelada. Em decisão de 2021, por exemplo, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve a decisão de primeira instância do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), que determinou que o plano de saúde incluísse um curatelado, irmão de um segurado.

A sentença da primeira instância afirmava que “a ausência de menção específica ao curatelado no contrato não pode ser interpretada como excluídos da cobertura do plano de saúde, ante a similitude dos institutos da tutela e curatela”.

Portanto, é importante que os segurados que desejam incluir curatelados em seus planos de saúde conheçam decisões anteriores da Justiça e também se aprofundem nos conceitos de tutela e curatela, para poderem argumentar de forma segura com as operadoras.

Qual a diferença entre tutela e curatela?

Ainda no argumento do STJ sobre o caso, o juíz entendeu que não seria correto interpretar o contrato de forma literal, beneficiando apenas os tutelados do titular. Por isso, é necessário entender a diferença entre tutela e curatela.

A tutela é um instrumento legal que tem como objetivo proteger os direitos e os interesses dos filhos menores de 18 anos, em caso de falecimento dos pais ou perda do poder familiar.

Quando algo assim acontece, uma pessoa é nomeada tutora do menor, passando a ser responsável pela educação, administração de bens, provisão de recursos, entre outras obrigações, uma vez que o menor não pode responder juridicamente.

Já a curatela é um instrumento semelhante à tutela, porém, é destinado à proteção de pessoas maiores de idade que são incapazes e não têm condições jurídicas de manifestar sua vontade.

O curatelado, normalmente é alguém que passa pelo processo de interdição na Justiça, uma decisão judicial que atesta a incapacidade do indivíduo. O curador é, então, nomeado para administrar os bens e proteger os interesses da pessoa que necessita de cuidado.

A curatela e a tutela podem ser consideradas judicialmente semelhantes

É na explicação entre as diferenças que se observa as semelhanças entre a tutela e a curatela. A principal diferença é que a tutela visa proteger os direitos de menores de idade, enquanto a curatela tem como objetivo a proteção de maiores de idade incapacitados.

Apesar de protegerem pessoas diferentes, esses instrumentos têm objetivo iguais: resguardar o direito de pessoas que não podem responder legalmente. E esse é um argumento que os juízes podem invocar para manter pessoas curateladas no plano de saúde de seus curadores.

Na decisão de 2021, o juíz do STJ entendeu que “muito embora sejam institutos autônomos, [curatela e tutela] têm a finalidade comum de propiciar representação legal e a administração de bens de sujeitos incapazes de praticar atos jurídicos”.

Ainda segundo o magistrado, “a ausência de menção específica ao curatelado no contrato não pode ser interpretada como excluídos da cobertura do plano de saúde, ante a similitude dos institutos da tutela e curatela”.

Além disso, é importante também conhecer o artigo 1774 do Código Civil, que afirma que aquilo que se aplica à tutela, também é aplicável à curatela. A partir desses argumentos, o juizado decidiu pela manutenção do curatelado ao plano de saúde do seu curador.

Advogados especializados em direito à saúde garantem direitos

É importante notar, no entanto, que, apesar de decisões favoráveis como a do STJ na análise do recurso interposto pela operadora de saúde neste caso, o entendimento de outros juizados pode ser diferente. Por isso, é fundamental, em casos de adição de curatelados como dependentes no plano de saúde, contar desde o início com a supervisão de advogados especialistas em direito à saúde.

Com a orientação e interposição de documentos guiada por um advogado, o paciente tem mais chances de conseguir efetivar a inclusão de um curatelado como dependente em seu plano de saúde. Vale destacar que essa pode ser uma questão subjetiva, em que diferentes juízes terão diferentes entendimentos, portanto, não há garantias de uma decisão favorável. 

Porém, vale lembrar também que, por serem regidos pelo Código de Defesa do Consumidor, os contratos com os planos de saúde devem ser interpretados de forma mais benéfica aos consumidores.

Quais os sintomas de bebê com autismo? Conheça 3 sinais agora!

O Transtorno do Espectro Autista (TEA), ou simplesmente autismo, é uma condição neurológica que interfere no desenvolvimento de habilidades sociais, motoras, de comunicação e de interação social. Muito tem se discutido sobre essa condição nos últimos anos, o que pode deixar muitos pais preocupados com possíveis sinais de autismo em seus filhos.

Como é comum na medicina, quanto mais cedo acontecer qualquer tipo de diagnóstico, maiores as possibilidades de ganho de qualidade de vida para os pacientes. No caso do autismo, não é possível falar em cura, mas em um controle da doença e em terapias que ajudem a pessoa a se desenvolver e conquistar maior autonomia.

Por isso, é importante que os pais conheçam 3 importantes sinais que podem indicar o autismo em bebês, como vamos ver a partir de agora.

1) Não emitir nem reagir a sons

A ciência comprovou que bebês, ainda no útero da mãe, são capazes de reagir a estímulos auditivos, o que também acontece nos primeiros meses de vida. É comum que o bebê se assuste com algum barulho alto ou inesperado, que direcione sua cabeça para um brinquedo que emite um som, a tv ligada ou ao ser chamado.

No entanto, um possível sinal de autismo pode ser a ausência de reação da criança a barulhos, que também pode indicar problemas auditivos. Idealmente, o teste da orelhinha deve ser realizado até 48 horas após o nascimento, para a detecção precoce de eventuais problemas de audição.

Afastada a possibilidade de doenças relacionadas ao ouvido, os pais devem levar a criança ao pediatra para investigar a falta de reação aos sons como um possível sinal de autismo.

Da mesma  forma, os pais devem ficar atentos a bebês muitos silenciosos e calados. É normal, ainda no primeiro ano de vida, que a criança emita gritos, gemidos e sons como “dada” “oh” e outros sons fofos que fazem os pais se derreterem. Crianças por volta dos dois anos,de forma geral, são capazes de construir pequenas frases.

A ausência desse tipo de comportamento pode motivar uma visita do bebê ao pediatra.

2) Não interagir socialmente

Com aproximadamente um ano, um bebê costuma saber quando está sendo chamado e normalmente interage de alguma forma quando percebe que está recebendo atenção. Ao ouvir seu nome, é comum que emita algum som, vire seu rosto na direção do chamado ou vá ao encontro da pessoa que o chama.

Além disso, com cerca de 2 meses de idade, a criança já é capaz de sorrir e de demonstrar seu estado de espírito através de expressões faciais. Normalmente, os bebês também se sentem acolhidos e protegidos com contato físico, como com beijos e abraços.

A criança autista, no entanto, pode recusar esse tipo de manifestação de afeto, além de evitar olhar diretamente nos olhos das pessoas, mesmo com as de convívio íntimo.

Também a partir dos dois anos, o bebê, quando em contato com outras crianças, começa a socializar, brincar e estabelecer alguns laços. As crianças autistas, por sua vez, podem preferir brincar sozinhas e até mesmo evitar ativamente o contato com outras crianças.

Por isso, a falta de interação e de expressões faciais de um bebê pode merecer uma consulta com o médico, na qual os pais podem falar com o profissional sobre esses sinais, para que a criança seja avaliada.

3) Fazer movimentos repetitivos

Uma das características do autismo são os movimentos repetitivos, chamado também de movimentos estereotipados. São gestos repetitivos, como mexer as mãos fazendo gestos repetitivos de forma contínua, ou fazer gestos com outras partes do corpo, mas cuja principal característica é a repetição.

Depois de aprender a falar, essa repetição pode se estender também às palavras, e a criança pode repetir a mesma palavra por algum tempo, um sinal que também pode indicar o autismo.

O que fazer se meu filho apresentar sinais de autismo?

O primeiro passo, caso exista uma suspeita de que seu filho possa ser autista, é levar suas dúvidas a um médico. Um profissional capacitado poderá conduzir a situação, realizar exames e testes e orientar corretamente a família, seja em caso de confirmação ou de descarte desse diagnóstico.

Além disso, caso o diagnóstico de autismo seja confirmado, o recomendado para os pais é manter uma atitude positiva. Com o que se sabe hoje sobre o autismo, há tratamentos que ajudam o paciente a conquistar mais autonomia e um melhor desenvolvimento.

Também é recomendado que os pais busquem construir laços com outros pais de autistas, para conhecerem essa realidade, trocar experiências e se preparar para continuar dando muito amor ao seu filho.

Como funciona o tratamento para o autismo?

Um dos tratamentos mais eficazes para o autista é a Terapia ABA, uma terapia cognitivo-comportamental cuja sigla vem do inglês: Applied Behavior Analysis. Em tradução livre para o português, o termo significa Análise de Comportamento Aplicado.

Esse é considerado um dos métodos mais efetivos de tratamento para o autismo. A terapia ABA deriva do behavorismo, uma linha teórica da psicologia que defende que o comportamento pode ser moldado por meio do condicionamento.

Dessa maneira, a terapia ABA parte do princípio de que o ser humano é resultado do meio social em que habita e, a partir dessa premissa, utiliza recursos para recompensar comportamentos adequados e desencorajar os comportamentos indesejáveis.

Dessa forma, o paciente passa a ser estimulado a realizar tarefas que aumentam sua autonomia, como tomar banho e escovar os próprios dentes, olhar nos olhos ao dialogar com alguém e até mesmo a como agir quando contrariado ou quando recebe um não.

Tudo isso contribui para a socialização e independência do paciente com autismo. A terapia ABA é indicada para pessoas em todos os níveis do espectro autista, do mais leve ao mais severo.

Passo a passo para conseguir o Kesimpta gratuitamente

A esclerose múltipla (EM) é uma doença neurológica que provoca progressivos danos aos neurônios, levando a sintomas que podem se tornar incapacitantes, como fraqueza em membros superiores e inferiores, desequilíbrio ao andar, dormência, formigamentos, incontinência urinária, vertigem e problemas de visão.

A boa notícia é que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, em 2021, um novo medicamento contra a doença para ser usado no Brasil, o Kesimpta, cujo princípio ativo é o ofatumumabe. 

A partir de agora, você vai saber como conseguir esse medicamento de graça através do seu plano de saúde ou do SUS.

Os planos de saúde devem cobrir o Kesimpta?

Desde 2021 a Anvisa concedeu a autorização para o uso do Kesimpta no Brasil, visto que os estudos clínicos concluíram que o medicamento é seguro e traz benefícios na comparação com as substâncias até então utilizadas para o tratamento e controle da esclerose múltipla.

O Kesimpta demonstrou ser um medicamento eficaz para formas recidivantes da EM, ou seja, para os casos em que a atividade da doença reaparece de forma insistente. Com a autorização da Anvisa, o medicamento está liberado para uso no Brasil, mas entraves jurídicos podem complicar a busca dos clientes de planos de saúde por esse medicamento.

Isso acontece porque o Kesimpta não consta no rol de procedimentos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Muitos planos de saúde podem utilizar esse argumento para negar a cobertura do Kesimpta, mas é preciso avaliar esses casos sob a luz da Lei 14.454/2022.

A Lei do Rol garante a cobertura de medicamentos

Conhecida como Lei do Rol, essa legislação determina que o rol de procedimentos da ANS é exemplificativo, ou seja, ele funciona apenas como um exemplo, mas não limita os procedimentos e medicamentos que devem ser cobertos pelos planos de saúde.

O entendimento de um rol exemplificativo deixa em aberto a possibilidade de que as inovações científicas e tecnológicas possam ser prontamente disponibilizadas aos pacientes assim que aprovadas pelos órgãos competentes, como a Anvisa.

Na época da aprovação da lei, havia pressão de setores para tornar o rol taxativo. Nesse caso, as operadoras de saúde só seriam obrigadas a cobrir aquilo que estivesse taxativamente descrito no rol de procedimentos.

Essa seria uma opção que deixaria os tratamentos de saúde no Brasil parados no tempo, pois, com o passar dos anos, tratamentos mais avançados teriam que ser incluídos um a um no rol. O prazo para essa inclusão seria incerto.

Esse impasse foi apreciado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2022, momento em que a instância máxima do judiciário brasileiro entendeu que as discussões sobre esse tema deveriam seguir as determinações da lei 14454: o rol é exemplificativo e os planos de saúde não devem se limitar estritamente a ele na oferta de procedimentos e medicamentos aos seus segurados.

O que fazer caso o plano de saúde se recuse a cobrir o Kesimpta?

O paciente com EM que tiver indicação médica para uso do Kesimpta e tiver o medicamento negado pelo plano de saúde deve se cercar de uma equipe jurídica especializada em direito à saúde para ingressar judicialmente contra a empresa.

Primeiramente, o paciente deve portar um laudo médico que descreva em detalhes seu quadro de saúde, estadiamento da esclerose múltipla, sintomas e consequências que a doença causa em sua vida.

Além disso, diante da negativa do plano de saúde, o paciente deve solicitar uma declaração por escrito à empresa, em que ela justifique os motivos da recusa em cobrir o Kesimpta.

Com esses documentos em mãos, advogados podem entrar com uma ação judicial exigindo a cobertura do Kesimpta pelo plano de saúde com base na lei 14.454/2022.

O SUS também é obrigado a fornecer o Kesimpta?

O Kesimpta é um medicamento de alto custo, cujo valor pode ultrapassar os R$ 15 mil para uma única caixa. Por conta disso, a orientação inicial é que, caso exista prescrição médica, o paciente procure uma farmácia de alto custo do SUS vinculada ao sistema público de saúde de sua cidade, região ou estado.

Em muitos casos, a partir do pedido do medicamento, um processo administrativo será aberto para avaliar a capacidade de cessão desse medicamento ao cidadão, que deve anotar todos os números de protocolo nas etapas de solicitação do remédio.

No entanto, em caso de demora para obtenção de uma resposta ou de negativa do SUS no fornecimento do remédio, também é possível entrar com uma ação judicial contra a União, uma vez que todos os cidadãos brasileiros têm direito constitucional à saúde.

Como a esclerose múltipla se desenvolve?

Os neurônios são células do sistema nervoso responsáveis pela condução de impulsos nervosos em nosso organismo. Quando um neurônio se comunica com outro, temos um fenômeno chamado sinapse. São as sinapses as responsáveis pela condução das informações do cérebro para as demais partes do corpo humano.

Por exemplo, quando estamos sentados e precisamos nos levantar, o cérebro envia o comando para que os músculos das nossas pernas e abdômen se contraiam. Quando precisamos caminhar, o mesmo acontece. Tudo isso em uma fração de segundos, graças aos neurônios e às sinapses que acontecem entre eles.

Para que as sinapses ocorram, os neurônios são recobertos por uma estrutura chamada bainha de mielina. Ela funciona como um isolante elétrico, permitindo que as sinapses ocorram de forma otimizada. A esclerose múltipla se caracteriza justamente pela falta de mielina entre os neurônios, comprometendo o envio dos comandos do cérebro para o restante do corpo.

Quais são as causas da esclerose múltipla?

Hoje em dia, acredita-se que a esclerose múltipla é causada por uma conjunção de fatores. No campo da imunidade, sabe-se que as células de defesa podem entender o sistema nervoso como um inimigo, e começar a atacar a bainha de mielina, desencadeando a doença.

Fatores genéticos também interferem na predisposição do indivíduo para manifestar essa patologia. Infecções por alguns microrganismos, como o vírus Epstein-Barr podem estar associadas ao desenvolvimento da esclerose múltipla, assim como a obesidade, o tabagismo e a falta de vitamina D no corpo.

Quais são os sintomas?

Por conta da dificuldade de transmissão dos impulsos nervosos, a esclerose múltipla frequentemente causa sintomas como fraqueza de membros, desequilíbrio ao andar, dormência, formigamentos, incontinência urinária, vertigem e problemas na visão.

Em um primeiro momento, a esclerose múltipla é caracterizada como uma doença que acontece em surtos, ou seja, o paciente tem uma crise aguda, com piora do seu quadro neurológico, seguido de uma melhora. Em cerca de 10 anos, no entanto, esse quadro passa a ser progressivo, ou seja, os pacientes não mais se recuperam totalmente dos surtos.

Cirurgia de adenoide: como operar de graça pelo plano ou pelo SUS

As adenoides são estruturas ligadas ao sistema linfático, ou seja, ao sistema que cuida das defesas e imunidade do corpo humano. As adenoides se localizam acima do nariz e da garganta e, em alguns casos, podem apresentar um crescimento excessivo, levando a dificuldades para respirar, roncos, problemas de garganta e de ouvidos.

É nesse momento que o médico indica a retirada cirúrgica dessas estruturas.

Neste artigo, você vai descobrir se é possível operar as adenoides de graça pelo plano de saúde ou pelo SUS, e o que é necessário fazer para conseguir a cobertura da cirurgia.

O plano de saúde faz a cirurgia de adenoide de graça?

A cirurgia de retirada das adenoides, também chamada de adenoidectomia, deve ser realizada pelo plano de saúde sem qualquer cobrança extra além da mensalidade estabelecida em contrato.

A cirurgia de adenoide consta no rol de procedimentos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que é uma espécie de guia que orienta os procedimentos que os planos de saúde devem oferecer aos seus segurados no Brasil.

No entanto, vale registrar que os planos devem cobrir até mesmo procedimentos que não constam no rol, uma vez que existe uma lei e o entendimento do Supremo Tribunal Federal de que o rol não limita a lista de procedimentos, apenas apresenta uma ideia geral.

Uma curiosidade é que, até 2012, alguns planos de saúde se recusavam a fazer a retirada das adenoides por videoendoscopia, uma modalidade de cirurgia menos invasiva. No entanto, com a atualização do rol naquele ano, esse procedimento também passou a ser oferecido pelas seguradoras de saúde.

Quais documentos são necessários para operar adenoide pelo plano de saúde?

O paciente com indicação médica para retirada das adenoides, de uma forma geral, precisa apresentar ao plano de saúde o laudo médico indicando a sua condição clínica e a necessidade de realização do procedimento.

Junto a isso, o paciente deve anexar os exames pré operatórios normalmente solicitados, para atestar suas condições gerais de saúde e aumentar a segurança da cirurgia.

No mais, o paciente deve cumprir todas as orientações pré operatórias e fazer jejum de, no mínimo, 8 horas antes da realização da operação.

O que fazer caso o plano de saúde se recuse a fazer a cirurgia de adenoides?

Caso o paciente enfrente problemas, como a recusa do plano de saúde em realizar a cirurgia de adenoide, ele deve, em primeiro lugar, solicitar uma declaração junto à seguradora, em que a empresa justifique, por escrito, as causas para a negativa de realização do procedimento.

Em seguida, o mais indicado é que o paciente entre na Justiça, contra o plano de saúde, uma vez que a recusa na realização de um procedimento que está amplamente orientado pelas regulamentações e legislações de saúde é uma prática abusiva.

Para ingressar judicialmente contra um plano de saúde, é recomendado que o paciente procure um escritório especializado na área.

Além do processo pela negativa de realização da cirurgia, o plano de saúde pode ainda ser condenado a pagar uma indenização por danos morais causados ao paciente.

Como conseguir a cirurgia de adenoide pelo SUS?

Todo brasileiro tem direito à saúde, como determina a Constituição Federal. Em nosso país, o Sistema Único de Saúde é uma ferramenta ampla e democrática que deve garantir o acesso de todos os cidadãos a tratamentos.

No caso da retirada das adenoides, o paciente precisa passar pela avaliação de um médico na unidade de saúde mais próxima, em seu bairro ou região. A partir das investigações a exames, a cirurgia de retirada das adenóides pode ser agendada.

Pelo alto volume de atendimentos realizados na rede do SUS, o agendamento da cirurgia de adenoide na rede pública pode demorar mais do que na rede privada, mas o SUS realiza o procedimento.

E se eu tiver problemas com a autorização do SUS para a cirurgia de adenoide?

A cirurgia de adenoide é um procedimento que já se tornou corriqueiro no SUS, ainda assim, o paciente pode lidar com problemas, como a recusa na realização da cirurgia ou atendimento parcial, sem a opção videoendoscópica.

Em casos como esse, o paciente pode ingressar com reclamações na esfera administrativa do SUS, pelas secretarias municipal ou estadual de saúde, além do Disque Saúde, no telefone 136.

No entanto, esses trâmites podem demorar e não oferecer respostas satisfatórias aos pacientes. Por isso, o melhor a fazer é também buscar advogados especializados em direito à saúde e ingressar com uma ação judicial, especialmente se o caso for urgente.

Por que retirar as adenoides?

As adenoides, um conjunto de tecidos linfáticos localizados acima do nariz e da garganta, tem função de defesa do organismo. Essas estruturas servem para identificar bactérias e outros agentes invasores, produzindo anticorpos contra eles.

No entanto, as adenóides podem se inflamar, ficando inchadas, o que leva a prejuízos para a respiração da pessoa afetada. Seu inchaço também pode aumentar a ocorrência de laringites, faringites, apneia do sono, dificuldade para se alimentar, atraso na fala de crianças e infecções de ouvido.

Em alguns casos, problemas com as adenoides podem levar até mesmo a disfunções na arcada dentária.

Sintomas da trombofilia: identifique os primeiros sinais e previna complicações

A capacidade de coagulação do sangue é uma vantagem evolutiva que conferiu ao ser humano a possibilidade de se curar de cortes e feridas. Ela é caracterizada pela habilidade de determinadas células do sangue – chamadas de plaquetas – em formar um trombo, que bloqueia sangramentos e evita hemorragias.

No entanto, em algumas pessoas, existe uma tendência de formação de trombos em locais que não ocorrem sangramentos, como dentro dos vasos sanguíneos. 

Essa condição é chamada de trombofilia e pode facilitar a ocorrência de episódios de trombose e de embolia pulmonar, uma condição urgente de saúde.

Neste artigo, você vai aprender a identificar os sintomas da trombose e da embolia, conhecer o manejo orientado pelos médicos e aprender a prevenir situações de risco.

Confira!

Quais são os primeiros sintomas de trombofilia?

A trombose acontece de forma mais comum nos vasos sanguíneos localizados nas pernas. 

Ela pode apresentar sintomas como:

  • Dor aguda, 
  • inchaço no local, 
  • sensação de calor na região afetada 
  • e endurecimento da área acometida. 
  • A pele também pode ficar avermelhada ou até mesmo arroxeada.

Pacientes com trombofilia são mais suscetíveis ao desenvolvimento de tromboses. Essas pessoas têm maior probabilidade de desenvolver trombos por conta de fatores genéticos e hereditários, problemas na síntese de proteínas e também disfunções na produção de alguns tipos de anticorpos.

Pacientes diagnosticados com esses problemas, devem manter uma rotina de cuidados para evitar se expor a fatores desencadeantes da trombose.

O que fazer para prevenir complicações da trombose?

Caso o paciente comece a desenvolver os sintomas da trombose, o primeiro passo é procurar o serviço de emergência o mais rápido possível. Na emergência, um médico poderá avaliar o quadro e iniciar os procedimentos para impedir a complicação do quadro.

A melhor forma de atuar diante de uma trombofilia, na verdade, é prevenir o surgimento da trombose. Para isso, o paciente deve ser à risca a medicação anticoagulante prescrita pelo seu médico, que vai evitar a formação de trombos pelo organismo.

Além disso, o paciente também deve observar algumas outras condutas, como:

  • Evitar o tabagismo e a ingestão de bebidas alcoólicas;
  • Controlar o peso e evitar a obesidade, condição que também é um fator de risco para o desenvolvimento de tromboses;
  • Evitar ficar sentado muitas horas na mesma posição, movimentando-se periodicamente para estimular a circulação sanguínea no corpo;
  • Utilizar meias elásticas, que facilitam o retorno do sangue das pernas para o coração;

Quais as causas da trombofilia?

A trombofilia é uma condição de saúde em que o organismo tem maiores chances de desenvolver coágulos, mesmo em locais em que não existem cortes ou ferimentos.

Um dos desafios desse tipo de condição de saúde é que ele pode se desenvolver de forma silenciosa até que uma quadro agudo e potencialmente grave acontece: episódios de trombose, embolia pulmonar, AVC ou, no caso das mulheres, maior risco para insucesso da gravidez, tanto em fases iniciais, quanto em estágio avançado da gestação.

Falando nas mulheres, a saúde delas pode ser particularmente afetada por trombofilias devido à influência que os hormônios exercem sobre essa condição. O uso de remédios anticoncepcionais pode aumentar em até 30 vezes o risco de desenvolvimento de tromboses.

A menopausa e a gravidez também podem provocar alterações hormonais que têm potencial para aumentar o risco de tromboses, da mesma forma que a reposição hormonal. Por isso, todas essas variáveis devem sempre ser muito bem avaliadas por um médico.

Para homens e mulheres, como já citado, causas genéticas e hereditárias podem aumentar o risco de trombofilias. Entre elas, podemos citar: deficiência de determinadas proteínas e mutação no gene da protrombina, entre outras causas.

O risco da embolia pulmonar

A embolia pulmonar é uma condição grave e urgente de saúde, decorrente da trombose venosa profunda. Esse tipo de trombose se caracteriza quando um coágulo se forma no interior de veias profundas, normalmente das pernas, na região da panturrilha. Eventualmente, porém, esse coágulo pode se formar na região das coxas ou nos braços.

Quando esse coágulo se desprende de seu ponto original e viaja pela corrente sanguínea, ele pode obstruir uma artéria pulmonar, causando graves complicações para o paciente. O bloqueio de uma artéria pulmonar impede a chegada de sangue, causando a morte do tecido na região.

Isso leva o paciente a sentir falta de ar e dor ao respirar. Essa é uma condição de saúde urgente e a pessoa afetada deve ser imediatamente levada ao atendimento médico de urgência, pois há risco de morte.

Toda pessoa com trombofilia deve tomar anticoagulantes?

A prescrição de qualquer medicamento deve ser feita apenas por um médico, após uma criteriosa avaliação do quadro clínico do paciente. O uso de medicações anticoagulantes certamente traz benefícios para pessoas com trombofilias, mas também pode elevar alguns riscos.

Por isso, a indicação de medicações para pacientes com trombofilias deve ser feita apenas por um médico.