Pré-eclâmpsia: o que é, qual o tratamento e como conseguir pelo SUS?

Durante a gravidez, o corpo da gestante é o abrigo para o começo da vida de outro ser humano, com um código genético diferente do dela, pois possui 50% dos genes do pai. Para evitar que o organismo rejeite a criança, a mulher desenvolve alguns mecanismos imunológicos para proteger o feto.

Em alguns casos, no entanto, esses mecanismos de defesa do feto não funcionam bem e o corpo da mãe reconhece o bebê como um agente estranho. Esse pode ser o começo da pré-eclâmpsia, uma condição potencialmente grave durante a gestação, que deve ser acompanhada atentamente por uma equipe médica e requer cuidados por parte da mãe.

Neste artigo, você vai entender o que é a pré-eclâmpsia, como é feito o tratamento e como consegui-lo pelo SUS.

O que é a pré-eclâmpsia?

A palavra “eclâmpsia” tem origem no idioma grego e quer dizer raio ou relâmpago. Ela é utilizada para descrever uma doença que pode provocar uma elevação rápida da pressão arterial da mulher durante a gravidez, e que necessita de um cuidado médico imediato, pois pode comprometer a saúde tanto da mãe como do bebê.

A pré-eclâmpsia é caracterizada pelo aumento da pressão arterial da gestante e pode acontecer com qualquer mulher a partir da 20ª semana de gravidez. Isso acontece quando, por alguma falha no mecanismo de proteção, o feto libera algumas proteínas na corrente sanguínea da mãe, ativando uma resposta imunológica do organismo materno que pode levar a um aumento da pressão arterial.

A pré-eclâmpsia pode evoluir para eclâmpsia, uma condição grave, em que a gestante pode sofrer com desmaios, perda de consciência e convulsões. Quando não tratada rapidamente, a eclâmpsia traz risco de morte para a gestante e para o bebê.

Quais os sintomas da pré-eclâmpsia?

Os sintomas mais comuns da pré-eclâmpsia são dores de cabeça, pressão alta, ganho excessivo de peso e também perda de proteína na urina (identificável através de um exame de urina específico) e inchaço.

Os familiares também devem observar se a gestante se queixar, por exemplo, que um anel que ela usa não está mais cabendo no dedo, o que é um sinal de inchaço. Também é importante ficar atento a quadros de confusão mental, náuseas e vômitos.

Quais os riscos da pré-eclâmpsia?

Além do risco de agravamento do quadro e evolução para a eclâmpsia, com a mãe tendo risco de sofrer convulsões, a pré-eclâmpsia pode causar:

  • Descolamento da placenta;
  • Danos a órgãos da mãe, como os rins, cérebro, coração e pulmão;
  • Aumento dos riscos de um parto prematuro e complicações pós nascimento.

Como conseguir tratamento de pré-eclâmpsia pelo SUS?

No Brasil, recomenda-se que todas as mulheres façam o acompanhamento pré-natal imediatamente após descobrirem ou desconfiarem que estão grávidas.

Esse acompanhamento consiste em uma série de consultas e exames médicos que visam assegurar a saúde da mãe e do bebê ao longo do período da gravidez. Entre esses cuidados, está a identificação de risco de pré-eclâmpsia ou eclâmpsia.

Para conseguir esse atendimento, assim que desconfiar ou confirmar que está grávida, a gestante deve se encaminhar até a unidade de atenção básica mais próxima de sua casa, portando um documento de identificação e o cartão do SUS, para iniciar seu pré-natal.

O acompanhamento pré-natal é mensal até a 28ª semana de gestação, quinzenal entre a 28ª e a 36ª e, a partir daí, semanal. Além do acompanhamento na unidade de saúde, a grávida também pode receber visitas domiciliares da equipe de saúde da família.

O que fazer caso a pressão arterial da gestante suba repentinamente?

A pressão alta gestacional pode ser ou não sintomática. Em casos de sintomas como dores de cabeça, confusão, desmaios ou convulsão, a paciente deve ser levada a um pronto-socorro imediatamente.

Como alguns casos podem ser assintomáticos, a gestante pode adotar o hábito de aferir a própria pressão, ou contar com ajuda de algum familiar para a realização dessa tarefa, diariamente.

A pressão arterial é considerada alta quando está acima de 14 por 9 (140mmHg x 90mmHg). Se, ao medir, o índice estiver igual ou superior a esse, também recomenda-se que a grávida procure um serviço de atendimento médico.

Como é o tratamento da pré-eclâmpsia?

A forma mais eficaz de evitar a pré-eclâmpsia e a evolução do quadro para uma eclâmpsia é a realização do acompanhamento pré-natal de forma criteriosa por parte da mãe, obedecendo as recomendações médicas.

Para pacientes com pré-eclâmpsia já diagnosticada, normalmente os médicos orientam repouso, aferição frequente da pressão arterial e alimentação sem sal.

A paciente já identificada como pré-eclâmpsia deve observar continuamente a sua pressão arterial. Os familiares devem estar atentos aos sintomas já citados, como inchaço excessivo, dor de cabeça ou confusão, que podem indicar uma piora repentina do quadro.

Em casos assim, a gestante deve ser imediatamente levada para atendimento médico.

Remédios para controlar a pressão arterial também costumam ser utilizados, assim como os anticonvulsivantes, se for o caso. Cada paciente deve seguir as recomendações de seu médico.

No entanto, se nenhuma outra alternativa conseguir controlar a pressão da gestante, os médicos podem considerar a antecipação do parto. Normalmente, a doença regride espontaneamente após a eliminação da placenta.

Todas essas são informações de grande utilidade para gestantes, seus companheiros e companheiras e demais familiares que integram a rede de apoio de uma mulher grávida. Faça essas informações circularem e compartilhe!

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