Nosso sistema digestivo tem um papel vital não apenas nas funções essenciais da digestão, mas também em nosso bem-estar emocional e físico. Por isso, comumente, ele é chamado de “segundo cérebro“.
Quando um problema afeta esse sistema, os efeitos vão além dos sintomas físicos do mal-estar, atingindo profundamente a qualidade de vida do indivíduo.
Assim são os efeitos da doença de Crohn na vida dos pacientes que enfrentam diarréias constantes, às vezes com a presença de sangue, fortes dores abdominais e um quadro geral de febre, fraqueza, perda de apetite e de peso.
A doença pertence a um grupo de condições conhecidas como doenças inflamatórias intestinais (DII) e sua característica principal é a inflamação persistente e crônica do trato gastrointestinal.
A condição pode levar a sintomas desconfortáveis, como vimos anteriormente, e em alguns casos, a complicações graves, como veremos mais detalhadamente a seguir.
Apesar da doença de Crohn raramente ser curada efetivamente, o tratamento é fundamental para controlar a evolução e garantir uma qualidade de vida satisfatória do paciente.
Por isso, a seguir vamos falar mais sobre essa condição que também pode ser chamada de ileíte, enterite regional ou colitede de Crohn, dependendo da área afetada.
Afinal, o que é a doença de Crohn?
A doença de Crohn é uma enfermidade inflamatória crônica que pode afetar todo o sistema digestivo, mas acomete especialmente o íleo terminal (parte inferior do intestino delgado) e o cólon. O processo inflamatório é bastante invasivo e compromete todas as camadas da parede intestinal, na maioria dos casos.
Por seu caráter crônico, a doença acompanha o paciente por muito tempo.
Sobre a sua causa, não se sabe exatamente os motivos que desencadeiam a doença, mas muitos estudiosos acreditam que seja provavelmente provocada por desregulação do sistema imunológico, ou seja, do sistema de defesa do organismo, que faz com que o intestino reaja em excesso a um agente ambiental, alimentar ou infeccioso.
A doença de Crohn geralmente se manifesta entre a segunda e terceira décadas de vida dos indivíduos, possui uma incidência maior entre os fumantes e é um fator de risco para o câncer de intestino.
Como são os sintomas da doença de Crohn?
Em um primeiro momento, os principais sintomas da doença de Cronh são aqueles associados a desconfortos intestinais, como vimos anteriormente:
- Diarreia persistente;
- Dores e cólicas abdominais;
- Presença de sangue nas fezes, quando o intestino grosso está gravemente afetado, embora isso não seja comum.
Com a evolução do quadro, outros sintomas podem se manifestar. Entre alguns deles estão:
- Enfraquecimento por causa da dificuldade para absorver os nutrientes;
- Febre;
- Perda de peso;
- Náusea e perda de apetite;
Podem ocorrer, ainda, sintomas provocados por complicações à distância
- Dores articulares;
- Inflamação dos olhos;
- Lesões de pele;
- Feridas bucais (aftas);
- Cálculo renal;
A doença de Crohn geralmente reaparece em intervalos irregulares, ao longo de toda a vida. Essas crises podem ser leves ou graves, breves ou prolongadas. Crises graves podem provocar dor intensa e constante, febre e desidratação.
Mas, apesar de ainda não se conhecer a cura para a doença de Crohn, ela tem tratamento que pode controlar as crises e os sintomas. Veremos a seguir como descobrir se você tem a doença de Cronh e como realizar o tratamento.
Diagnóstico e tratamento da doença de Crohn
Diante da presença de alguns sintomas mencionados acima, recomenda-se que o paciente procure um médico gastroenterologista, que com a suspeita da existência da doença de Crohn, pode recomendar a realização de exames como:
- Endoscopia;
- Colonoscopia;
- Raios X do trânsito intestinal;
- Ultrassom de abdômen;
- Ressonância magnética;
- Tomografia.
Com o resultado dessas análises, é possível descartar outros diagnósticos e confirmar se o paciente possui a doença de Crohn. Se confirmado, o tratamento então, será feito de forma a conter a inflamação, os sintomas causados por ela, prevenir as novas crises e corrigir as deficiências nutricionais.
Isso pode incluir medicamentos, mudanças na dieta, suplementos nutricionais e, em alguns casos, cirurgia.
O grau das intervenções varia de acordo com o grau da doença, que pode ser classificada em leve, moderada e grave. Nos casos graves, o paciente pode precisar fazer o uso de drogas imunossupressoras ou até mesmo passar por procedimentos cirúrgicos para diminuir a inflamação.
O cuidado com a alimentação também é importante, de forma a evitar alimentos ricos em fibras, gorduras, cafeína e excessivamente condimentados, que possam irritar o intestino.
Além disso, é recomendado que o paciente com doença de Crohn tente ao máximo controlar o estresse e ansiedade, uma vez que esses fatores podem contribuir com o agravamento da doença. Por isso, a prática de exercícios é altamente estimulada, assim como cessar o hábito de fumar.
Esperança para os sintomas da Doença de Crohn
A maioria dos pacientes, quando submetidos aos cuidados necessários, entram em remissão e levam uma vida praticamente normal. Com a estabilização, é possível ter uma qualidade de vida satisfatória, desde que os devidos acompanhamentos sejam feitos de forma regular.
Por isso, buscar todas as formas do tratamento multidisciplinar é muito importante e um direito de todos os brasileiros. Se você está enfrentando a Doença de Chron com dificuldades de obter acesso a medicamentos, consultas e exames pelo plano de saúde ou pelo SUS, converse com a Kobi Advogados.