A ecolalia, caracterizada pela repetição de palavras, frases ou sons ouvidos, é um fenômeno comum entre pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Embora muitas vezes vista como uma mera imitação, a ecolalia pode ser um meio de comunicação e aprendizagem para o indivíduo.
No entanto, para quem convive com a ecolalia, dúvidas e desafios surgem: quais os direitos de quem a apresenta? Como garantir o acesso a tratamento adequado?
Neste artigo, entenda melhor sobre a ecolalia, dentro do que já foi confirmado por estudos científicos, além de entender quais são os direitos assegurados por lei para o tratamento pelo SUS ou plano de saúde.
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O que é ecolalia?
A ecolalia, termo derivado do grego “eco” (repetir) e “lalia” (fala), caracteriza-se pela repetição involuntária ou intencional de palavras, frases ou sons ouvidos por outras pessoas. A ecolalia, por si só, não configura uma doença, mas sim um sintoma de diversas condições, principalmente do Espectro Autista.
Embora a ecolalia seja mais comum em pessoas com TEA, ela também pode ocorrer em indivíduos com outras condições, como Síndrome de Down, Afasia e Transtorno Específico de Linguagem.
A ecolalia se manifesta de diversas maneiras, podendo ser:
- Imediata: repetição instantânea do que foi ouvido, como um eco.
- Tardia: repetição após um período de tempo, podendo ser dias ou até mesmo semanas.
- Automática: repetição inconsciente, sem a intenção de comunicar algo.
- Funcional: utilizada para se comunicar, fazer perguntas ou responder a estímulos.
Embora suas causas ainda não sejam totalmente compreendidas, acredita-se que a ecolalia esteja relacionada ao desenvolvimento da linguagem, comunicação, autorregulação e imitação.
Determinar o número preciso de pessoas com ecolalia diagnosticada no mundo é um desafio, devido à falta de dados globais precisos e à natureza complexa do transtorno. No entanto, estudos epidemiológicos realizados nos Estados Unidos estimam que a ecolalia está presente em cerca de 25% a 30% das pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Impactos da ecolalia na vida da pessoa
A depender, principalmente, do grau em que se apresenta em determinado indivíduo, a ecolalia pode trazer impactos negativos na vida da pessoa – especialmente quando se manifesta de forma excessiva ou inadequada ao contexto.
- Dificuldade de comunicação: a ecolalia pode dificultar a comunicação eficaz, especialmente quando utilizada em excesso ou de forma inadequada ao contexto.
- Isolamento social: em alguns casos, a ecolalia pode levar ao isolamento social, pois as pessoas podem ter dificuldade em entender o indivíduo que a utiliza.
- Frustração: a ecolalia pode ser frustrante para o indivíduo, especialmente quando ele não consegue se comunicar de forma eficaz ou quando sente que não está sendo compreendido.
É importante ressaltar que nem todas as pessoas com ecolalia apresentam esses impactos negativos. A gravidade e a forma como a ecolalia afeta a vida do indivíduo variam de acordo com diversos fatores, como a intensidade da ecolalia, o contexto em que ela se manifesta e as habilidades de comunicação da pessoa.
O acompanhamento profissional por fonoaudiólogos, psicólogos e outros especialistas é fundamental para o desenvolvimento de estratégias individualizadas de intervenção.
É importante ressaltar que a ecolalia deve ser avaliada por um profissional qualificado, como fonoaudiólogo ou psicólogo, para determinar suas causas, funções e impactos na vida do indivíduo, bem como para o direcionamento do tratamento adequado.
O tratamento deve ser custeado pelo SUS ou plano de saúde?
O tratamento da ecolalia visa abordar as causas subjacentes que a provocam e minimizar seus impactos negativos na vida do indivíduo, promovendo o desenvolvimento da comunicação, da linguagem e da interação social.
O custeio desse tratamento depende de alguns fatores:
- O SUS e os planos de saúde são obrigados a cobrir o diagnóstico e tratamento do TEA, incluindo terapias fonoaudiológicas, psicológicas, ocupacionais e comportamentais, conforme disposto na Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (LBI) e na Lei dos Planos de Saúde.
- O SUS pode oferecer outras terapias, como psicologia e terapia ocupacional, que podem auxiliar no tratamento da ecolalia, desde que estejam relacionadas à condição causadora e sejam prescritas por um médico.
- Se a ecolalia for causada por outras condições, como Síndrome de Down, Afasia ou Transtorno Específico de Linguagem, o custeio do tratamento dependerá da cobertura do plano de saúde para cada condição específica.
Caso o tratamento seja negado pelo SUS ou plano de saúde, é indicado procurar um advogado especializado em Direito da Saúde, já com o laudo médico em mãos.
O que um advogado especializado em direito da saúde pode fazer por você:
- Analisar seu caso: o advogado irá analisar o seu caso com base na documentação médica, no contrato do plano de saúde e na legislação vigente para identificar os seus direitos e as melhores estratégias para garantir o custeio do tratamento.
- Orientar sobre seus direitos: o advogado irá te orientar sobre os seus direitos como paciente, incluindo o direito ao tratamento adequado e eficaz, o direito à informação clara e precisa sobre o plano de saúde e o direito de recorrer das decisões do plano.
- Negociar com o plano de saúde: o advogado pode negociar com o plano de saúde em seu nome para obter a cobertura do tratamento, buscando soluções que atendam às suas necessidades e à legislação vigente.
- Entrar com ação judicial: se necessário, o advogado pode entrar com ação judicial contra o plano de saúde para garantir o seu direito ao tratamento.
Não deixe que dúvidas ou dificuldades com o custeio do tratamento da ecolalia impeçam você de receber o cuidado que precisa.