Stent pelo SUS ou pelo plano? Saiba como conseguir gratuitamente!

A obstrução de um vaso sanguíneo que irriga o coração é uma condição de saúde potencialmente grave e que pode levar ao infarto, condição em que a falta de abastecimento sanguíneo do coração leva à necrose (morte) de parte do tecido cardíaco, chamada de infarto.

O infarto é a última consequência de uma série de eventos que pode levar anos, caracterizada pela obstrução de vasos sanguíneos por placas de gordura. O tratamento deve ser imediato e uma das formas de tentar resolver o problema é com a instalação de um stent cardíaco.

Neste artigo, você vai entender o que o stent, como ele ajuda pessoas que têm um infarto e se a rede pública e privada de saúde são obrigadas a cobrir esse tipo de tratamento.

O que é um stent cardíaco?

Um stent cardíaco é uma pequena malha de metal, com diâmetro de não mais do que 5 milímetros e comprimento de até 48 milímetros.

Sua função é ajudar a tratar ou a prevenir o entupimento de um vaso sanguíneo que irriga o coração.

Normalmente, após um episódio de infarto, os médicos realizam um procedimento chamado cateterismo, que consiste na colocação de um catéter com um balão especificamente preparado que faz a desobstrução do vaso em questão. Esse procedimento se chama angioplastia.

Posteriormente, é feita a instalação de um stent – que se assemelha e um “bobe” de cabelo, porém muito menor – no interior do vaso afetado. O stent tem como função manter o vaso sanguíneo desobstruído, garantindo o fluxo sanguíneo pela estrutura.

A pessoa tem uma vida normal após a colocação de um stent cardíaco?

Após a colocação de um stent cardíaco, é comum que o paciente fique internado por até 5 dias, para uma avaliação médica mais completa.

Nesse período, ele recebe medicações para evitar a formação de coágulos na região onde foi instalado o stent e também deve evitar esforços físicos e ser exposto a situações de estresse ou de fortes emoções.

Depois da alta hospitalar, o paciente deve continuar com o acompanhamento periódico junto ao cardiologista. Como o infarto é uma doença caracterizada pelo entupimento de vasos sanguíneos por placas de gordura, é altamente recomendado cuidar da alimentação e também iniciar um acompanhamento com um nutricionista.

A partir das orientações médicas, o paciente pode também iniciar a prática de exercícios físicos. A intensidade desses exercícios deve ser orientada pelo médico que acompanha o caso.

Pessoas que fumam e/ou que fazem uso constante de bebidas alcoólicas devem suspender esses hábitos imediatamente.

É possível prevenir o infarto?

A melhor forma de prevenir o infarto é adotando uma dieta balanceada e realizando exercícios físicos regularmente. Pessoas que têm histórico familiar de casos da doença devem redobrar os cuidados.

É recomendável evitar o tabagismo, a obesidade, o diabetes, a hipertensão e os altos níveis de colesterol.

Os planos de saúde são obrigados a cobrir o implante de stent cardíaco?

Sim, os planos de saúde são obrigados a realizar o implante de stent cardíaco sempre que houver indicação médica para tal.

Esse tipo de procedimento é listado no rol de procedimentos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o documento que orienta as seguradoras de saúde sobre os procedimentos que devem ser oferecidos ao paciente.

A cobertura pelos planos de saúde deve ser integral, cobrindo o valor do stent em si, os custos dos procedimentos e demais materiais utilizados.

O que fazer se o plano se negar a cobrir o stent cardíaco?

A Justiça entende como abusiva a negativa das seguradoras de saúde em cobrir o implante de stent cardíaco com indicação médica. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) já se posicionou sobre o tema diversas vezes, sempre considerando que é obrigatória a cobertura desse tipo de procedimento.

Caso o plano de saúde, mesmo assim, se recuse a fazer o implante de stent cardíaco, o paciente deve solicitar, de imediato, uma declaração da seguradora informando as razões para a não realização do procedimento.

Esse é um direito de todo cliente e o plano de saúde não pode se recusar a fornecer esse documento.

Junto a esse documento, o paciente também deve procurar seu médico e solicitar que ele emita um laudo detalhado sobre a sua condição de saúde e a importância da colocação do stent para a sua sobrevivência, citando os riscos que a ausência desse tipo de prótese pode trazer.

Com esses dois documentos em mãos, o paciente deve buscar o apoio de advogados especializados em direito à saúde. Dependendo do caso, os advogados podem entrar com o pedido de liminar para a imediata implantação do stent. A depender do caso, o plano de saúde também pode ser processado pelo risco a que expôs o segurado.

O SUS também é obrigado a fazer o implante de stent cardíaco?

Atualmente, o SUS realiza a implantação de stents cardíacos em pacientes com indicação médica para tal. Caso o paciente encontre problemas para o implante de stent em hospitais do SUS, ele pode registrar queixas na ouvidoria das secretarias de saúde do município, do estado e através do Disque-Saúde, no telefone 136.

Entretanto, nesses meios administrativos, a resposta pode ser demorada. O mais indicado, tal qual no caso das negativas dos planos de saúde, é buscar apoio de advogados especializados em direito à saúde.

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