Sensor Libre: por que o laudo médico é indispensável para acionar o plano de saúde

O Sensor Libre é um dos dispositivos mais modernos para o monitoramento contínuo da glicose em pessoas com diabetes. Ao contrário dos métodos tradicionais com agulha e tiras reagentes, ele permite um controle mais preciso e indolor dos níveis glicêmicos. 

Porém, apesar da sua eficácia, muitos planos de saúde ainda se recusam a custear o dispositivo, mesmo quando há prescrição médica.

Neste artigo, você vai entender por que o laudo médico é peça fundamental para garantir o fornecimento do Sensor Libre pelo plano de saúde, quais os requisitos que esse laudo deve conter, e como agir em caso de negativa da operadora.

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O que é o Sensor Libre e para quem ele é indicado

O Sensor Libre, desenvolvido pela Abbott, é um sistema de monitoramento de glicose que utiliza um sensor aplicado na pele, geralmente no braço, que capta os níveis de glicose intersticial e envia os dados em tempo real para um leitor ou aplicativo no celular.

Ele é indicado principalmente para pessoas com:

  • Diabetes tipo 1
  • Diabetes tipo 2 com uso de insulina intensiva
  • Hipoglicemias de repetição
  • Necessidade de controle glicêmico contínuo
  • Dificuldade de aderência a métodos tradicionais

O sensor facilita o ajuste das doses de insulina, evita crises de hipoglicemia ou hiperglicemia e contribui para uma melhor qualidade de vida. Apesar disso, ainda é comum a recusa de cobertura por parte das operadoras de saúde.

Por que o laudo médico é tão importante?

O ponto central na solicitação judicial ou administrativa do Sensor Libre é o laudo médico. Ele é o principal documento que justifica a necessidade do dispositivo, demonstrando que a sua indicação não é uma escolha estética ou de conveniência, mas sim uma necessidade terapêutica essencial.

Um laudo bem estruturado deve conter:

  • Diagnóstico completo, incluindo CID
  • Histórico do paciente, incluindo complicações relacionadas ao diabetes
  • Tentativas de controle glicêmico com métodos convencionais e seus resultados
  • Justificativa técnica para o uso do Sensor Libre (ex: risco de hipoglicemia severa, variações glicêmicas importantes, necessidade de controle contínuo)
  • Indicação clara do médico assistente com recomendação específica do dispositivo

Quanto mais técnico, preciso e individualizado for o laudo, maiores as chances de obter a cobertura do plano ou uma liminar judicial favorável.

A recusa do plano de saúde é legal?

Negar o fornecimento do Sensor Libre com base em argumentos como ausência no Rol da ANS ou alegação de que se trata de um item não obrigatório pode ser considerado abusivo. O Código de Defesa do Consumidor e o entendimento do STJ deixam claro que:

  • O rol da ANS é uma referência mínima
  • A indicação médica deve prevalecer sobre critérios administrativos
  • O plano de saúde não pode interferir na conduta médica

Portanto, se o Sensor Libre foi prescrito com base em critérios clínicos e o paciente preenche os requisitos de necessidade, o plano deve custear o dispositivo. A recusa pode ser contestada judicialmente com base no direito à saúde e na função social do contrato.

O que fazer em caso de negativa?

Caso o plano de saúde negue o fornecimento do Sensor Libre, siga os passos abaixo:

  1. Solicite a negativa por escrito
  2. Reúna o laudo médico detalhado com justificativa
  3. Anexe a prescrição, exames e histórico do paciente
  4. Procure orientação jurídica especializada
  5. Inicie uma ação judicial com pedido de liminar

A maioria das decisões judiciais em casos semelhantes é favorável ao paciente, principalmente quando o laudo comprova a urgência do tratamento e os riscos associados à sua ausência.

Quanto custa o Sensor Libre fora do plano?

O custo do Sensor Libre pode variar, mas normalmente está entre R$ 250 e R$ 400 por sensor, com duração média de 14 dias. Isso significa um custo mensal entre R$ 500 e R$ 800, sem considerar o valor do leitor, o que torna o tratamento inviável a longo prazo para muitas famílias. 

A cobertura pelo plano ou pelo SUS, portanto, é muitas vezes a única forma de garantir acesso contínuo à tecnologia.

Conclusão

O Sensor Libre é mais do que uma comodidade: é uma ferramenta indispensável para o controle de um quadro crônico e potencialmente grave como o diabetes. Quando prescrito com base em critérios clínicos, o fornecimento pelo plano de saúde deve ser garantido. 

O laudo médico é o documento-chave para fundamentar esse direito e, caso a operadora insista na negativa, o caminho judicial é seguro, rápido e amplamente reconhecido pela Justiça brasileira.

A Kobi Advogados atua com foco exclusivo no Direito à Saúde, auxiliando pacientes de todo o país a garantirem acesso a tratamentos essenciais, como o Sensor Libre. Com conhecimento técnico e atuação estratégica, é possível assegurar o fornecimento do dispositivo sem custos para o paciente.

Perguntas Frequentes

O que o laudo médico deve conter?
Diagnóstico com CID, histórico clínico, falhas com métodos tradicionais e justificativa detalhada para uso do Sensor Libre.

Consigo uma liminar para obter o sensor?
Sim. Em muitos casos, a Justiça concede liminar em poucos dias, permitindo início imediato do fornecimento.

Quem pode prescrever o Sensor Libre?
Endocrinologistas e outros médicos que acompanham o paciente e têm conhecimento do quadro clínico.

Qual é a diferença entre o Sensor Libre 1 e o Sensor Libre 2?
O Libre 2 possui alarme de hipoglicemia e hiperglicemia em tempo real, aumentando a segurança do monitoramento. Essa diferença pode justificar uma indicação médica mais específica.

O Sensor Libre é indicado para crianças e adolescentes?
Sim, desde que haja recomendação médica e necessidade clínica. A cobertura pode ser solicitada inclusive para menores de idade com diabetes tipo 1.

É necessário um novo pedido judicial a cada troca de sensor?
Não. Quando há decisão judicial favorável, ela costuma determinar o fornecimento contínuo, conforme o tratamento prescrito, sem a necessidade de nova ação.

Quanto tempo dura cada sensor e com que frequência deve ser trocado?
Cada sensor dura, em média, 14 dias. A recomendação médica pode indicar trocas quinzenais, o que deve constar no laudo.

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